
Os manuais digitais não deverão ser, “na sua generalidade”, adoptados pelas escolas, tendo em conta a experiência feita no projecto-piloto que está em curso desde 2020/2021 e as práticas internacionais. É uma reflexão que consta no mais recente relatório da Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Não é um tema consensual entre a comunidade escolar e, segundo o relatório divulgado nesta quarta-feira, “para já, a decisão foi tomada para os 1.º e 2.º ciclos, onde não é mesmo considerado adequado” o uso de manuais digitais, sendo que nos restantes anos “é preciso continuar a avaliação”.
“Uma das razões fundamentais é a de que a prática da escrita é importante para o raciocínio mental, bem como existirem matérias que não devem ser feitas só no digital”, nota o relatório. No arranque do ano letivo, o Ministério da Educação decidiu não alargar o projeto-piloto dos manuais digitais a mais turmas do 1.º ciclo e do ensino secundário neste ano letivo, já que queria medir os efeitos que tem tido no desenvolvimento e nas competências dos alunos. O projeto-piloto dos manuais digitais decorreria, assim, em 80 agrupamentos — menos 23 do que no ano passado, uma vez que houve também escolas que decidiram abandonar o projeto.
O Ministério da Educação lembra que solicitou a realização de "um estudo de avaliação de impacto para tomar uma decisão sobre o projeto baseada em evidência para o ano letivo 2025/26 e seguintes" e remete novidades sobre este tema para depois do final do ano letivo em curso.
“Esta avaliação não impede, no entanto, a preparação de recursos educativos digitais, para melhorar a diversidade de recursos disponíveis e capacitar digitalmente professores e alunos”, nota ainda o relatório da comissão de acompanhamento, que destaca os progressos feitos nos últimos anos, ainda que com reparos.
Fonte: Jornal Público
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